Ataques do regime sírio em 24 horas mataram ao menos 90, diz OSDH
Observatório Sírio de Direitos Humanos, da oposição, denuncia ofensiva.
Cerca de 25 dos mortos em Hula seriam menores; vídeo mostrou corpos.
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A ofensiva do regime sírio sobre a cidade de Hula, na província central
de Homs, já deixou pelo menos 90 mortos, segundo informaram neste
sábado (26) os grupos da oposição síria.
Em comunicado, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (ODSH)
assinalou que 25 dos 90 falecidos nos ataques das últimas 24 horas são
menores de idade.
Grupos de ativistas postaram vídeos na internet, cuja autenticidade não
pôde ser verificada, mostrando um quarto com os corpos de mais de uma
dezena de crianças que teriam morrido em Hula. Mais tarde, a TV estatal
veiculou as mesmas imagens afirmando que se tratavam de vítimas de um
ataque "terrorista", e não comandado pelo governo.
Corpos de vítimas dos ataques nas últimas 24 horas são vistos em Hula (Foto: Reuters/Shaam News Network)
Nas últimas horas, dezenas de residentes do bairro de Teldo, nessa
mesma cidade, começaram a deixar suas casas e partiram rumo ao campo
depois de as forças armadas terem retomado os disparos com metralhadoras
pesadas.
Para os Comitês, a última ação sobre Hula, que viveu grandes
manifestações contra o presidente Bashar al-Assad no dia anterior, é "um
sinal da perda de autocontrole" do regime.
"Lamentamos a aparente cegueira da comunidade internacional perante o
derramamento de sangue, e acreditamos que o Conselho de Segurança da ONU
tem responsabilidade devido a sua incapacidade de proteger os civis",
assinalaram os Comitês em comunicado, no qual convocaram a população a
um luto nacional de três dias.
"O Conselho Nacional Sírio urge que o Conselho de Segurança da ONU
chame uma reunião de emergência (...) para determinar a responsabilidade
das Nações Unidas em face dos homicídios em massa", disse Bassma
Kodmani, porta-voz do conselho.
A violência persiste no país, apesar da presença dos observadores
internacionais encarregados de verificar o cumprimento do plano de paz
do mediador internacional Kofi Annan, que estabelece o fim das
hostilidades entre as partes.
De acordo com dados da ONU, desde março de 2011, mais de 12 mil pessoas morreram na Síria
devido à violência, cerca 230 mil se tornaram refugiadas internas e
mais de 60 mil procuraram abrigo em países limítrofes, como Turquia e
Líbano.
Fonte: www.globo.com
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