Com quase cem anos, gaiola a vapor segue pelo Rio São Francisco cheio de histórias
Vapor Benjamim Guimarães navegando pelo Rio São Francisco
Foto:
Divulgação / Divulgação
Quando o apito do Benjamim Guimarães soa bem alto, no precário porto
de Pirapora (a 350 quilômetros de Belo Horizonte), norte de Minas
Gerais, é a senha para que as águas do Rio São Francisco carreguem o
único vapor ainda em atividade no mundo para mais um passeio pelo Velho
Chico.
A viagem dura três horas – uma para descer o rio e duas para vencer a
correnteza na volta – e é ótima pedida para quem deseja fugir do
estresse da cidade grande. Os passeios são feitos a partir das 10h de
domingo e, esporadicamente, aos sábados e feriados.
O barco também pode ser alugado por grupos ou agências de turismo
para passeios em outros dias. O bilhete custa R$ 40 e pode ser adquirido
de três formas: no local do embarque, na sede da Empresa Municipal de
Turismo de Pirapora (no Centro de Convenções da cidade) ou por telefone
(para quem quer reservar com mais antecedência).
A viagem é acompanhada por boa música ao vivo, e os produtos vendidos
no bar do vapor têm preços acessíveis. A lata de 350ml de cerveja
nacional, por exemplo, sai por R$ 2,50. A capacidade da embarcação é
para 190 passageiros, que fazem o passeio acompanhados do capitão e de
12 tripulantes.
Os visitantes podem curtir a viagem em qualquer um dos três pisos do
barco. Contudo, convém lembrar que o Benjamim é um vapor, movido a
lenha. Portanto, melhor ficar distante da caldeira, pois o calor
incomoda. Outra dica: a roda de madeira que movimenta a embarcação pode
ser vista das janelas dos banheiros (são três masculinos e três
femininos no segundo andar) ou do terceiro piso. Aliás, é a tal roda que
caracteriza a embarcação como gaiola.
Ataque de Lampião
A viagem sempre começa com um funcionário da prefeitura – o Benjamim
Guimarães pertence ao município – contando a história da embarcação,
tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan). Construído pela empresa James Rees & Com., em 1913, para
navegar no Rio Mississipi (EUA), o barco foi adquirido pela empresa
Júlio Guimarães na segunda metade dos anos 1920.
Naquela década e nas seguintes, a embarcação fazia o roteiro
Pirapora-Juazeiro (BA). Numa das viagens, o Benjamim foi alvo do bando
do cangaceiroVirgulino Ferreira da Silva (1898-1938), o temido Lampião.
O ataque ocorreu na Bahia. O bando do cangaceiro surgiu numa das
margens e disparou várias vezes contra a embarcação, mas o comandante
imprimiu velocidade máxima ao barco e o deslocou à outra margem,
livrando o vapor das balas disparadas pelas lendárias carabinas de papo
amarelo, armas que foram ícones da época do cangaço.
Informações: www.emutur.com.br
Centro de Convenções: (38) 3741- 2366
Fonte: www.clicrbs.com.br
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