quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ahhh, Como eu queria ao menos entender as contas de luz que pagamos. É possível? Amanhã teremos outro aumento.

Bom dia amigos, neste primeiro post de hoje, e serão muitos hoje, pois abro, folheio e observo cada uma das páginas dos 4 jornais que leio: Zero Hora, NH, Correio do Povo e Diário da Encosta da Serra de Ivoti. Uma das notícias que me chamou a atenção fora sobre o aumento da energia elétrica pela AESSUL. Mas, vejam bem, recebi minha conta do dia 16 de abril de 2012 e não fiquei satisfeito com o valor gasto: R$ 172,26, fui verificar as contas anteriores, gastei menos KW/H do que nos meses anteriores, mas paguei mais. Peraí, me perguntei, como? Logo percebi que no mês de fevereiro utilizei 353 kw/h e a conta no valor de R$ 163,37, no mês de março extrapolei e consumi 376 kw/h, mas mesmo assim veio R$ 171,93. Ei, como pode? Neste mês teve um consumo de 347 kw/h, a conta deveria ser a menor das três, porém não foi assim. Pesquisei o valor multiplicador cobrado por kw/h pela concessionária AESSUL. Em fevereiro foi cobrado 353 x 0,339464, em março 376 x 0,341119 e por fim, em abril 347 x 0,342964. Estranho quando ouço que teremos mais um aumento, agora de 5,2%,  pois me parece que a cada mês temos uma taxa diferente e aumenta com o passar dos dias. Voltamos a ter inflação onde comprávamos o pão pela manhã a um determinado valor e a tarde já era outro, tem algo de errado aqui, e não é só nesta concessionária de energia, pois não consigo entender minha conta de água, nem minha conta de telefone, para sabermos o que estamos gastando, ligações feitas, e assuntos pertinentes ao nosso bolso, temos de ligar sempre para um robô, que diz apenas que vão verificar e não temos soluções alguma. Se deixarmos de pagar, eles vêm até nossa casa e retiram o serviço, mas para nos explicarem, não há pessoas competentes. Deveriam ter o mínimo de qualidade no atendimento, pois o que parece e é, que não estão tratando-nos como clientes, mas sim como qualquer um, e não é assim que quero me sentir. Pagamos impostos, taxas, e somos obrigados a engolir estas contas que nem explicadas são. Estou cansado disso, qualquer pessoa que montasse uma empresa só para ficar escutando as musiquinhas e se pusesse a disposição de solucionar os problemas com 0800 das companhias,  em pouco tempo estaria contando as patacas como o velho Patinhas. Peraí, os patos somos nós, pois nós é que pagamos. Um amigo que trabalhara comigo há muitos anos me contou que em cada usuário, uma determinada empresa de telefonia cobrava R$ 0,10 por conta além do que deveria. Imaginem quanto isto não dava no total. Me falou que quando efetuávamos ligações do telefone fixo, começava a contar já de partida 4 minutos, se falássemos 1, seriam cobrados 5 minutos  e sempre assim. Não acreditei, liguei para OI e perguntei, pois achava que não usava tudo aquilo que eles colocavam e não vinha discriminado cada uma das ligações.  O que o atendente me disse: Sim, este é o padrão. Comecei a entender o porque nos dão 5000 minutos para falar, porque não é o que utilizamos, mas sim para constar na conta como se fosse uma grande vantagem que estão nos repassando. Que nada! Continuamos sendo os mesmos sempre, precisamos do serviço, aqui em Ivoti não tem concorrência e vamos ter que aguentar eles por muito tempo, pois no país dos interesses, leva quem tem mais, e eu, continuarei aqui no nosso blog, mostrando minha indignação e perdendo uns anos de vida e os poucos cabelos que me restam me estressando com este sistema e esperando a resposta da AESSUL. Abraço. 

terça-feira, 17 de abril de 2012

TV Pé no Saco de Luciano Lessa - Genial

Como todos sabem, o Expressão Livre não é um blog apenas meu, a idéia é que todos que saibam ao menos escrever, possam externar suas opiniões, não interessando cidadania, raça ou qualquer questão cultural. Hoje pela primeira vez alguém comentou um Post, foi para mim, como quando um surfista pega a primeira onda ou quando o primeiro filho nasce, algo muito especial. Fui atrás de quem havia feito o comentário, agradeci e me coloquei a ver o trabalho deste cidadão que vive em Novo Hamburgo. Cara, é muito interessante, eu sou de Porto Alegre e moro há quase 4 anos em Ivoti, minha esposa é professora do município de NH, eu estudo em NH, Letras em Espanhol no pólo UAB pela UFPEL, frequento diariamente a cidade e vejo estes problemas relatados pelo Luciano Lessa, o mais legal é que tu consegue ver os problemas, pois lá estão vídeos, cartas e diversos assuntos que parece estarem sempre escondidos, e o que faz isso é o silêncio, não de todos, mas da maioria. O site é www.penosaco.com.br, eles abordam de uma maneira muito séria assuntos pertinentes a toda sociedade, não só hamburguense, mas também dos outros municípios que servem de dormitório àqueles que trabalham e vivem o dia a dia de NH. Porém, eles trazem a seriedade junto com uma certa sátira, fazendo com que as dores que temos no cotidiano sejam amenizadas de uma forma inteligente. Estarei escrevendo sobre muitos outros assuntos, não apenas sobre política ou sociedade. O meu plano inicial, é escrever sobre qualquer coisa, desde um jogo de futebol até moda, piadas, postar vídeos, indicar sites que possam ajudar as pessoas no dia a dia, mas peço que entendam ainda minha inexperiência com estas ferramentas, é tudo muito novo para mim. Tenham certeza que em poucos dias já estará muito melhor este espaço, apenas peço-lhes um voto de confiança. Um grande abraço a todos e tenhamos todos "un buen día"!  

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Como seria fácil se reeleger, mas não! Preferem enlouquecer o povo, porquê?

Cada dia que passa fico mais apavorado e indignado com tudo que se sucede na política. Vi um vídeo no youtube neste domingo de uma jornalista de um programa do SBT, questionando o salário de R$ 395,00 que serão pagos aos professores no concurso do Estado do Rio Grande do Sul, me perguntei: R$ 395,00? Não é possível que eu queira realmente ser professor. Estudo muito mais do que a maioria destes políticos que nos tiram ao todo mais de R$ 50.000,00 por mês, e onde os políticos deveriam aplicar os recursos não são aplicados. Se, por acaso, eles usassem um pouco de sua inteligência sobrenatural, veriam que se pagassem um salário digno aos setores da educação, segurança e saúde teriam profissionais muito mais qualificados, eleitores satisfeitos e louquinhos para que chegassem as novas eleições, para votarem nestes. Mas não, o Estado paga pouco e faz muito pouco caso nestes setores da sociedade. Um vereador, deputado, prefeitos, enfim, cargos públicos e com eleições diretas deveriam ganhar no máximo um salário mínimo, nenhum governante deixa de fazer suas atividades para ser apenas político. Todos têm empregos ou se não tem, se encontram na mesma situação que eu, um desempregado à procura de algo. Se, resolvessem estes três setores, teríamos prazer ao inserirmos um voto em uma urna, hoje, apertar os botões e confirmar. Mas que nada, chega época de eleição é um horror, não temos vontade de ir as seções eleitorais para enfrentarmos filas e se não comparecermos, nos tiram o pouco que temos somente para quê? Eleger alguém para conversar, tomar chimarrão e verificar as lâmpadas que serão trocadas nos próximos meses, pois é isso que um vereador de uma cidade de até cem mil habitantes faz. É triste e revoltante, mas eu ainda quero passar o conhecimento ao próximo, só torço para que no futuro mudem este pensamento que se tem hoje, por que faltarão professores e robôs não terão como lidar com as nossas crianças, elas precisam de nós, do contato humano, das broncas, das discussões em grupo, e até mesmo do mundo real, onde a maioria já não se encontra na maior parte do dia. Viva o Soma, os Gamas e os Betas. Viva Aldous Huxley e o "Admirável Mundo Novo"!

Como está complicado!!! Estas crises de pânico não vão pastar!

É amigos, não estou conseguindo encarar as crises de pânico! Cada dia está mais difícil, cada dia me vejo mais acuado e por mais incrível que pareça, a estratégia dfa minha companheira de todas as horas, não a síndrome, mas a Daniela, resolveu que o melhor é me dar tratamento de choque. Não sei se é o certo ou errado, mas estou me sentindo um lixo, fomos até mais do que duas da matina discutindo, e eu não sei o que fazer, pra onde ir, onde me encostar pra não cair. Claro que sei que tudo isso é culpa minha, dos meus pensamentos, das minhas crises que não cessam. Tomo cerca de 4 comprimidos por dia dos mais variados e o pior é que parece não fazer efeito, mas sabem o que é pior, faz! Já tive a péssima experiência de me tornar um super herói por 6 meses, achando que poderia viver sem os medicamentos. Que nada! Quando veio, veio muito mais violenta, o tal efeito rebote, e mais, para retornar a uma linha tênue, se passaram mais 6 meses. Mas, a dúvida é ingrata, eu não consigo viver assim, algumas pessoas não percebem, é horrível, é triste, é melancólico. Nunca fui de pensar em como seria ou estaria dentro de alguns anos, ou até meses, não planejei nada nunca, ao menos agora sei o que quero. Vou me formar nesta faculdade de Letras/Espanhol e dar aula, isso mesmo ser professor, parece loucura, mas é isso que quero. Parece pouco, mas tenham a certeza que não é! Para quem não planejava nem ir até a esquina, isso é muito e me faz bem, o problema é até quando vou ficar assim: sem emprego, discutindo com a Dani, sabendo que ela tem razão, não tendo força para trabalhar, somente para estudar e caminhar. Não sei ainda como será o amanhã, mas mais 30 crises por dia vou ter e estas 30 vou ter de enfrentar sozinho, pois fui eu que ajudei a criar este monstro no passado e ninguém além de mim pode enfrentar isso e é assim que tem de ser.

domingo, 8 de abril de 2012

Sonhos x Frustração

Toda música, filme ou livro tem uma história por trás. Da posição em que nos encontramos, observamos estas histórias e as relacionamos com a vida que vivemos ou que gostaríamos de viver. Independente das intenções do autor, paramos a nossa vida por um momento e nos permitimos viver junto com os personagens suas angústias, desejos e frustrações que nos remetem às nossas próprias angústias, desejos e frustrações. Assim, temos a possibilidade de deslocar o olhar que temos sobre nós mesmos.

Hoje vi um filme por acaso e acabei entrando nesse processo de auto-reflexão. "Foi apenas um sonho" (Sam Mendes, 2008) coloca em cena o casal de Titanic em um drama pequeno burguês que põe em cheque os princípios da vida da classe média. O filme é ambientado no subúrbio dos EUA durante os anos 50 e, subjacente às questões específicas, a história aborda a loucura, o papel da mulher, o trabalho e os sonhos que nos motivam por trás de tudo isso.

Daqui do meu lugar, vi uma história que fala sobre como reagimos quando percebemos que a vida que vivemos se encontra distante da vida que desejamos. Na juventude sonhamos com mais liberdade, nos alimentamos da possibilidade de buscarmos um objetivo, um desejo... A possibilidade de conquistarmos algo é força motriz que nos impulsiona para a vida, para o crescimento, para a transformação de uma ideia em realidade. Mas ao longo dos passos de nossa caminhada, vamos percebendo que os sonhos, mesmo quando podem ser vivenciados, estão sempre distantes de se tornarem concretos. Por um lado "chegar lá" não é um fim, pois estaremos sempre pensando no próximo passo, no próximo desejo; por outro lado, dentro da nossa loucura, formulamos desejos irrealizáveis, onde entramos em um processo contínuo de auto-sabotagem só para continuarmos com o prazer de desejar.

Até aí, tudo bem... observar os processos dos personagens, a lógica de suas decisões e o desenrolar relativamente previsível dos fatos apresentados. Mas e quando eu me desloco e passo a protagonizar o filme? quando eu sou aquela dona de casa infeliz que busca desesperadamente por um sentido para sua vida? E quando eu traço um plano que só é infalível na minha cabeça e me torno profundamente infeliz quando não dá certo?

Eu já vivi tudo isso! Me sinto assim nesse exato momento. Trago alguma frustração engolida em alguma parte da minha mente. E qual é o problema disso? será que nós devemos lutar para extirpar da nossa vida qualquer traço de frustração? Como conciliar os sonhos e a vida cotidiana? Todas questões relevantes e que, claro, não possuem uma resposta única. Nem tenho a pretensão de responde-las aqui.

O melhor em me permitir a refletir sobre lições já vividas com um filme qualquer é o mesmo de me permitir escrever sobre uma questão relativamente óbvia: o prazer em reafirmar pra mim mesma as crenças que garantiram minha sanidade até aqui; neste caso, que quanto mais aceitamos as nossas frustrações como parte da vida, mais rápido vamos nos livrar das armadilhas dos nossos desejos que escondem a beleza das pequenas vitórias do dia a dia.



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Vamos viver, sem pensar muito, senão vamos sim é penar!

É impressionante como em duas semanas a vida me trai e tira de mim duas das pessoas mais importantes que tenho. Minha sindrome do pânico esteve em testes fortes neste período, a Dani foi fazer uma laqueadura, descobriu-se um tumor no ovário esquerdo, o qual fora todo extirpado porque o tumor(graças a Deus) benigno havia tomado conta de todo o órgão. Mas nos deixa algo a pensar: - e se ela não fizesse a laqueadura? O tumor benigno poderia se espalhar. Nesta quarta-feira, o Filipe, meu filho menor, que tem seis anos,  iniciou o dia com a mão toda inchada e rígida, nem os dedos não mexiam, na hora levei a Daniela no trabalho e o Filipe na Unimed. O médico que por sinal foi fantástico, nos atendeu, sem perder tempo, pediu para eu aguardar cerca de 15 minutos ao lado de fora da sala, pois iria verificar para onde o garoto iria para ser internado, pois a cada minuto a extensão da lesão aumentava e o risco até de uma perda do membro não estava descartada, teríamos de esperar a resposta dele à oxicilina injetável, um derivado da penicilina, que no meu caso torna-se letal e este era meu maior medo, como iria responder ao tratamento. Porém, tudo ficou bem, hoje ele voltou para casa e logo, logo, sua mão estará perfeita novamente.
Mas, hoje estou escrevendo não apenas por estes dois motivos. Meu psiquiatra me fez uma pergunta que me assustou nesta semana: - Quanto tu aproveita da tua vida, tendo a síndrome do pânico? Não devo viver mais do que 10 % de forma intensa, não consigo trabalhar, não jogo bola com meus filhos, não dou um sorriso, e agora descobri 3 fios de cabelos brancos. Enquanto estava no hospital com o garoto,  pensei demais! Porque vivo assim? Existem muitas pessoas em estado muito pior do o nosso, havia uma menina no hospital, com 4 meses, síndrome de down, cardiopatia grave e suspeita de pneumonia, eu não me aguentava toda vez que tocava o telefone da mãe dela e ela caía no choro, era um aperto no coração. Voltamos um pouco. Cara, graças a Deus, estou caminhando todos os dias, perdendo peso, ganhando saúde, mas sempre com o tal do fantasma do pânico. Mas o que é isso? Eu já não acredito mais nisso!!!! Tenho quase 33 anos, não é nada, perdi vários amigos pelo caminho, uns com miningite, outros em acidentes, afogados, com tiros na cabeça ou drogados. E, do que posso reclamar, tenho uma família maravilhosa, desde pais e irmãos, até minha esposa e filhos, tive muita sorte em ter encontrado a Daniela num chat de internet. Meu pai morreu em 2004 sem saber nem quem era, porém ele não caminhava nem até a esquina, poderia ter prolongado a vida, me parece que não quis, sempre dizia que o maior prazer dele era comer e isso hoje vejo como foi triste. Mas, por outro lado é o que me faz caminhar todos os dias para tentar viver mais que os 62 anos que nem chegou a completar. 
Estou passando por um processo que acredito de mudança, quero muito viver, não quero só os 10%, quero minha vida de volta, quero aproveitar minha vida com minha esposa e meus filhos, porque não sabemos o que será e o que teremos amanhã, não sei como fora a vida destes camaradas, mas com certeza, não foi o suficiente a eles, pois morreram jovens. Este post é uma homenagem ao Tucano, ao Maneca, ao Paulinho, ao Cláudio, e a tantos outros que nos deixaram e que não sabiam que não teriam um outro dia para ver o sol nascer. Que onde estejam, descansem em paz e que estejam sempre nos protegendo. Um abraço a todos, vivam, não deixem que a vida os atropele, sejam felizes, amem, gritem, trabalhem, façam esportes, e se possível sorriam, pois esta hoje é minha maior dificuldade, mas aprenderei com mais algumas sessões.
Cristiano.

O Controle da situação

Eu gosto de planejar. Vivo meus dias sempre tentando antecipar os acontecimentos na tentativa de prever as reações dos envolvidos e minimizar as consequências de uma determinada situação desagradável.
Esta é uma característica útil para a minha profissão, pois é minha função estruturar o espaço pedagógico para que meus alunos aprendam cada vez mais, reduzindo os riscos possíveis do encontro de mais de 20 jovens, com suas características e dificuldades, em um sala de aula. Entretanto, esta também é uma característica que me deixa em estado de tensão constante. Parece que estou sempre me desviando das mazelas da vida, como se eu pudesse controlar não apenas a minha família e os meus alunos, mas também o mundo todo.

Bem, preciso dizer que estou um pouco cansada disso. As previsões catastróficas que povoam minha mente fértil se combinam com a necessidade que tenho de controlar os acontecimentos, isso gera uma estranha sensação de alívio quando as minhas previsões não se confirmam. É um ciclo extremamente viciante. Penso no pior; encontro as alternativas possíveis para esta situação; enfrento a situação sem medo; não acontece nada daquilo; e eu sinto como se esse processo tivesse evitado o pior.

Recentemente duas coisas mais ou menos graves aconteceram e que colocaram em discussão esse meu esquema para lidar com as situações do meu cotidiano.

Há 3 semanas eu fui fazer uma laqueadura tubária por vídeo, cirurgia ambulatória extremamente simples, e o médico achou um tumor benigno no meu ovário esquerdo e teve que remove-lo. Eu só fiquei sabendo que tinha um tumor depois que ele foi tirado, ou seja, não tive tempo de pensar que era um câncer, que eu teria que remodelar a minha vida para cura-lo, como eu ficaria sem cabelo ou qual seria o meu discurso de superação para as amigas. Nada, aquele tumor estava crescendo silencioso dentro de mim e eu seguia a minha vida independente dele. Ele foi arrancado, não deixou nenhuma sequela e eu posso continuar a viver a minha vida normalmente.

Nesta semana meu filho caçula acordou com a mão inchada, ele é alérgico a insetos e tinha feito uma trilha com a turma no dia anterior. Fui trabalhar e deixei que o meu marido levasse o menino ao médico. Em seguida ele me liga, dizendo que nosso filho teria que ser internado para cuidar de uma infecção agressiva na mão. Ao ver o meu filho segurando a mão machucada com a outra, reclamando que não queria injeção, que não queria perder a mão... por alguns segundo eu comecei a elaborar meu plano de ação... "e se ele perde a mão? o que eu vou ter que jazer para ajuda-lo a superar? o que eu vou dizer pra ele? como..." meu pensamento foi interrompido, eu precisava dizer alguma coisa pra ele, eu precisava reconforta-lo... eu precisava ser a mãe dele naquele minuto; não havia tempo para conjecturas, o momento era para ação, firmeza e amor. E foi o que eu fiz.

Nas duas situações, os desfechos foram positivos. Eu não tive um tumor maligno e meu filho já está com todas as funções preservadas na sua mão esquerda. Por isso fico me perguntando: Por que sempre sofro tanto por coisas que podem nunca acontecer? e se acontecessem, será que eu seguiriam meu planejamento?

A gente passa tanto tempo tentando constituir uma vida feliz, prazerosa e sem surpresas desagradáveis que deixa de aproveitar os pequenos prazeres da vida, que juntos constituem verdadeiramente a nossa felicidade.
Há tempos, me convenci de que o sofrimento é parte integrante da beleza de viver, pois um dia acaba e podemos aprender com ele. Mas acho que me viciei em sofrer, criando possibilidades catastróficas imaginárias que me deixavam com a falsa ideia de que a realidade pode ser controlada. Sofre é importante sim; aprender com os momentos pouco agradáveis da vida também. Mas não é em nada útil viver na expectativa de quem algo ruim vai acontecer e que vc tem que estar preparado pra isso. Primeiro porque isso não vai evitar o sofrimento e segundo porque só saberemos os instrumentos necessários para enfrentar uma situação quando ela realmente se apresentar diante de nós.

Por isso tudo, nesta páscoa, símbolo de transformações e vida, deixo um recado para quem quiser ler e principalmente para mim mesma:

A vida não pode ser controlada com previsões. Só saberemos as belezas e as dores que o futuro nos reserva enquanto continuarmos vivendo. Sempre encontraremos forças para lidar com tudo que surgir diante de nós, mas devemos guarda-las para o momento em que forem necessárias. Enquanto isso, vamos seguir nosso caminho acreditando que merecemos o melhor da vida, todos os dias.