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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Hoje minhas crises decidiram vir com tudo, mesmo com minhas doses de rivotril de 2mg e minha sertralina de 50mg, hoje elas me maltrataram!

A minha vida tem mudado nestes últimos dias. Não tinha emprego, estava tendo crises de pânico sempre, mas algumas coisas me davam prazer: trabalhar com a língua espanhola junto às crianças em zonas de risco de Novo Hamburgo e minhas caminhadas, as quais fizeram com que eu emagrecesse 12 kg nos últimos 4 meses. Porém, hoje minhas crises decidiram vir com tudo, mesmo com minhas doses de rivotril de 2mg e minha sertralina de 50mg, hoje elas me maltrataram! Mas, consegui vencer todos os três momentos mais críticos. Pela manhã, veio uma forte, o que me fez quase voltar para casa. Não, coloquei uma música alta no carro, comecei a respirar e cantar e fui ao trabalho. Lá pelas 17h fui com um colega de trabalho a uma cidade próxima, consegui me segurar, mas achei por vários momentos que não conseguiria, foi muito ruim a sensação de querer a todo momento saltar do carro em movimento. Mas, mais uma vez: consegui! Por último, aquilo que vem me dando prazer nos últimos meses, por quase um minuto não consegui. Quando tinha 34s de caminhada já queria voltar. Não, dizia para mim mesmo que iria conseguir por pelo menos mais 5 minutos e fui indo, quando cheguei aos 30 minutos, que é o mínimo exigido por mim e pela nutricionista por dia, quase parei, mas não, resolvi seguir, passei pela minha casa, e disse: se tenho de morrer, vou morrer em casa ou na rua. NÃO!!!! EU VOU CONSEGUIR. FUI. CAMINHEI POR MAIS 40 MINUTOS, E QUANDO CHEGUEI EM CASA, AINDA FIZ DIVERSOS ABDOMINAIS. MAIS UM DIA DIFÍCIL, POIS TENHO CRISES DIÁRIAS, MAS POR MAIS UM DIA, EU VENCI! CONSEGUI UM EMPREGO, LEMBRO APENAS QUE SOU VENDEDOR, E PARA MIM, AS CRISES DE PÂNICO ME PREJUDICAM DEMAIS NO CAMPO PROFISSIONAL, MAS COMECEI NA QUARTA-FEIRA E JÁ CONSEGUI FAZER 2 VENDAS, ENQUANTO OS QUE ENTRARAM COMIGO, AINDA ESTÃO TREINANDO. AMIGOS, TENHO ISSO HÁ 13 ANOS, NÃO DESISTAM, "PORQUE É SÓ PASSAGEIRO, O PROBLEMA É QUANDO É DEFINITIVO". Abraço a todos, SAÚDE E VIVAM COMO SE HOUVESSE SEMPRE UM AMANHÃ PARA SER MELHOR QUE O HOJE.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Depressão, pânico e exercícios - uma receita que está dando certo

Boa noite a todos, tenho usado alguns truques para me manipular e conseguir ao mesmo tempo lidar com as crises de pânico e emagrecer. Quase nunca sinto vontade de sair para caminhar, porque tenho medo de que terei uma crise de pânico no meio do caminho. O que faço? Saio de casa afirmando que vou andar só 5 minutos, quando chega os 5, digo que vou até 15, e assim acabo ganhando confiança e vou até 1 hora por dia. Comecei a fazer Taekondo e vou me manipulando. Estou cada dia mais confiante, quando acho que vou ter as crises, vou preparando aos poucos meus pensamentos e consigo ir, mesmo que sejam por pequenas etapas. Há dor todos os dias, sudoreses, falta de confiança, mas cada passo que damos, é um passo a mais na vida, é um passo a mais para confiar em mim mesmo, para poder viver. Tenho vivido 10 % como deveria, não consigo trabalhar, mas agora, com este blog, escrevo todos os dias, é muito proveitoso, é uma terapia. Todos os dias, penso em seguir, e há poucos, estava muito pra baixo, sem saber o que seguir, hoje ao menos consigo VIVER. Estou conseguindo a cada dia melhorar um pouquinho, procurando me conhecer cada momento um pouco mais, me ouço falando sozinho, procurando respostas, e hoje consigo encontrá-las muitas vezes nestas caminhadas. É um momento que penso, que faço reflexões, que me sinto feliz por conseguir caminhar, por conseguir acabar algo, o que sempre foi difícil para mim. Faculdade é a quinta que entro e nunca terminei, hoje, esta faculdade de espanhol eu terminarei com certeza, já estou na metade e contente. Estou procurando utilizar meu tempo fazendo coisas úteis, hoje fui capinar em uma escola da Roselândia, onde estou trabalhando com crianças carentes de 4º e 5º anos a língua espanhola. O que quero passar é que não desistam, tudo tem uma saída, não importa o que seja e lembrem-se só o que não tem volta é a morte e as palavras ao léu. Um abraço a todos e tenham uma boa noite.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Vivendo com quem tem Síndrome do Pânico

Cada um de nós é uma síntese de todas as experiências que vivemos até o presente momento. Nossas leituras, músicas, conversas... nossos filmes, passeios, inventos... tudo faz parte de quem somos hoje. Cada uma das vivências que tivemos tem relação com alguém que faz ou fez parte da nossa vida. Vamos moldando à nossa maneira cada palavra, cada gesto, cada ensinamento, assim vamos nos transformando.

Tive muitas influências durante meus 31 anos de existência neste mundo. Muitas me foram impostas, tive que conviver com meus pais, irmãos, filhos, tios e primos... com quem aprendi e ensinei muita coisa... Mas algumas pessoas que passaram pelo meu caminho foram escolhidas para o meu convívio... e a mais importante delas foi aquela com quem decidi dividir o espaço da casa, dos sonhos e do futuro.

Conheci o meu marido há mais de 7 anos. Trocamos mensagens em um chat, jogamos conversa fora pelo telefone, nos encontramos algumas vezes e fomos progressivamente entrelaçando as nossas vidas. Desde o começo da conversa ele já havia me falado de sua condição, mas naquele momento ter Síndrome do Pânico era um charme a mais para alguém que vivia tão intensa e produtivamente a sua vida. Uma pessoa que tem restrições severas que vêm do mais íntimo de seu ser e ainda assim estuda, trabalha, namora... enfim... vive, deve ser alguém com que vale à pena conhecer melhor.

Fui conhecendo aos poucos os detalhes da vida de quem tem essa doença. Um dia está mais animado, outro mais quieto... as vezes dormia um pouco mais, as vezes tinha insônia... não fazíamos muitos planos, pois tudo mudava num ímpeto... Não fazia isso, não gostava daquilo, não conseguia mais realizar tarefas simples do cotidiano (como andar de ônibus)... mas nada daquilo me incomodava realmente, eu me sentia casada com um super-homem que mesmo com suas limitações conseguia prover a família que crescia e ainda lidava com a esposa grávida e mimada que tinha.

Os relatos que ouvi sobre o passado dele, sobre as dificuldades que enfrentou, o preconceito e os caminhos em busca de qualidade de vida e tratamentos adequados só me traziam mais orgulho. É muito fácil viver com muitas oportunidades (como eu tive), uma vida de superações tem um brilho próprio que se emana para todos que estão ao redor, e o meu marido tinha uma estrela brilhando intensamente a seu favor, lançando oportunidades adequadas a cada dificuldade apresentada.

Mas ultimamente esse brilho anda oscilando. Muitas mudanças ocorreram em nossas vidas. Com a ajuda incansável do meu marido eu terminei a faculdade, passei em um concurso público e pude retribuir um pouco das oportunidades que ele me ofereceu. Acho que todos os compromissos dele o impediam de colocar sua doença em destaque. Ele sempre sufocava os sintomas para não assustar a mim e às crianças, por um tempo achei que ele não confia em mim, hoje sei que ele só queria me proteger.

Muitos dos sintomas voltaram com mais força. Em parte por tratamentos inadequados aos quais meu marido foi submetido, mas também em parte por ele não ter se sentido seguro ao meu lado a ponto de me pedir ajuda.

Sei que as vezes pressiono demais, as vezes sou condescendente com as dores que ele tem, mas tudo que faço é na tentativa de ajudar o homem que eu amo a reencontrar seu brilho perdido.

O pior de tudo é que não há muito mais do que a compreensão a oferecer. A estrada da síndrome do pânico é solitária, mas nós, que seguimos como coadjuvante, podemos estender as mãos em alguns momentos, lembrando que eles não estão sozinhos.

A difícil arte de viver em pânico

Quando começo a falar em síndrome do pânico, tenho de me reportar aos meus cinco anos, e hoje aos 32, começo a compreender que tudo que passo vem desde o início da minha vida. É muito complicado entender o que acontece com nossos pensamentos, ansiedades, temores e até mesmo horrores que a vida nos reserva. Minha infância foi normal com alguns episódios que indicavam algum tipo de transtorno de pânico, sofro com isso há muito tempo, até mesmo a denominação deste problema se alterou nos últimos 30 anos. Passou de histeria, para síndrome do pânico e agora transtorno de ansiedade, tudo é muito bonito, porém o que passamos é algo muito difícil. Duvidam de nossas crises, acham que não temos condições de trabalhar, de pensar e até de louco já fui chamado. Infelizmente, esta pessoa, 2 meses após isso, começou a ter estes mesmos sintomas e hoje sabe o quão difícil é viver nestas condições. Passei por cerca de 20 médicos diferentes e somente um me trouxe retorno. Há duas semanas comecei um trtamento com o Dr. Luciano e este parece muito com aquele Dr. Rodrigo, que em 1998, me tratou pela primeira vez sem o uso de medicamentos, apenas com palavras, sendo que este foi o melhor resultado que obtive com qualquer um dos mais de 20 psquiatras que passaram pela minha vida. Hoje tenho minha vida controlada por medicamentos, durante anos vivi no limite, chegava em consultório, o "doutor" me dava a receita e gritava: próximo! E o Cristiano? Hasta luego, virate! É triste, faço projetos sociais, trabalho com o Mais Educação, faço um trabalho bem feito, mando currículos para área comercial, até para ajudante de produção, acham que alguém me chama? Não, sou vendedor há 14 anos, sempre condecorado nas empresas, porém sofro com o tal de desemprego e dois filhos pra criar. O que é tudo isso? As pessoas com o trantorno de ansiedade vivem como se fossem ex-presidiários, não temos a confiança nem de empregadores, e muitas vezes nem da família, e isso é o mais doloroso. Estou começando este blog, que tem como finalidade tratar de todos os acontecimentos que chamam a atenção do mundo e principalmente de nossa região. Todos os dias estarei postando algo sobre o pânico e por favor, se alguém quiser ajudar e postar qualquer tipo de assunto, me enviem um email que libero o acesso as postagens. Um grande abraço a todos e lembrem-se: " A expressão é livre e todos temos o direito a viver bem e feliz. "