domingo, 24 de março de 2013

Concordâncias Verbais


Regra?

As sempre polêmicas concordâncias verbais são tema da coluna ‘Palavreado’ de março. Sírio Possenti critica as explicações puramente gramaticais – e as longas listas de exceções – para relações mais complexas entre sujeito e verbo.
O caso das concordâncias verbais pode ser explorado de diferentes maneiras, permitindo a defesa de diferentes teses sobre o funcionamento das línguas e mesmo das gramáticas. Na verdade, sobre seus limites ou sua heterogeneidade. Tratada a questão de maneira superficial e com base em exemplos simples, tudo parece claro. E permite desdenhar dos que se ‘descuidam’ e, mais lucrativamente, fornecer dicas falsas, principalmente aos interessados em concursos.
Mas, considerando situações mais numerosas e, especialmente, diversas, vê-se logo que se trata de fenômeno complexo. O domínio lembra mais a previsão do tempo (ou as orientações para emagrecer saudavelmente) do que explicações sobre a queda dos corpos.
O domínio da concordância verbal lembra mais a previsão do tempo do que explicações sobre a queda dos corpos
A regra geral parece fácil. O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Descreve facilmente casos como ‘o boi baba / os bois babam / os bois e as vacas babam’ e mesmo inversões como ‘Babam os bois’. As apostilas e pequenos manuais de autoajuda linguística acrescentam dicas relativas a casos especiais (que, no fundo, pedem para decorar): ‘Fui eu quem pagou / Fui eu que paguei’, sem contar as eternas lições sobre o verbo ‘haver’. Às vezes, acrescentam-se exemplos como ‘os brasileiros somos otimistas’, com uma nota rápida sobre seu sentido (o falante também é brasileiro).


Casos especiais?

Boas gramáticas fornecem lista fornida de casos especiais, sempre bem documentados, isto é, com abonações de escritores clássicos. A antiga (e excelente) Gramática Expositiva de Eduardo Carlos Pereira, por exemplo, lista vinte e dois (22!) desses casos. Cunha e Cintra gastam 15 páginas (a enumeração é caótica) com o tema, e Bechara, mais de 10. Ou seja, a rigor, não há regra! O que há são muitos fatores que interferem na relação entre verbo e sujeito, e eles são de natureza diversa.
Gramática Cunha e Cintra
Em geral, as gramáticas apresentam longas listas de casos especiais ao tratarem de concordância verbal. Na obra de Cunha e Cintra (na foto), são 15 páginas dedicadas a eles. 'Ou seja, a rigor, não há regra', argumenta Sírio Possenti. (foto: Carla Almeida)
Pode-se / podem-se (!) tentar algumas generalizações. Por exemplo, a explicação pode ser sintática, semântica ou ‘pragmática’. Uma regra como a enunciada acima é sintática: o verbo copia traços de número e pessoa do sujeito; se o sujeito está no singular ou no plural, o verbo o seguirá; se o sujeito for de segunda ou de terceira pessoa, idem (esses traços têm, claro, algo de semântico...).
Há casos (previstos, consagrados) de concordâncias que se explicam por fatores semânticos, dentre os quais o mais típico é a concordância dita 'ideológica': bons exemplos são coletivos (sintaticamente singulares, semanticamente plurais). Às vezes, essa concordância só aparece em retomadas como ‘O casal sai de casa. Descobrem que...’.
Classifico como ‘pragmáticos’, sem muito compromisso, casos como os sujeitos compostos com ‘ou’. “Disjuntivas levam o verbo ao singular, se houver exclusão”, afirma E. C. Pereira. Assim, diz-se 'O Grêmio ou o Inter será campeão' se o regulamento não prevê a hipótese de haver dois campeões; em caso contrário (ou em campeonatos diferentes), se poderia dizer 'serão campeões' (temos que conhecer os regulamentos para decidir).
Dois fatores sintáticos relevantes são a posição relativa do verbo e do sujeito e a distância entre eles. Frequentemente, se o sujeito é posposto ao verbo (sua posição ‘típica’ é antes do verbo), a concordância pode não acontecer (ou, aparentemente, concordar apenas com uma parte do sujeito composto!). E. C. Pereira dá bons exemplos: “Do mesmo pai nasceu Esaú e Jacó”, “É muda a dor e o gozo”. Mas acrescenta que, se o sujeito composto comportar nomes próprios (o que é uma questão semântica), “melhor se fará a concordância no plural” (Passaram Aníbal e Cipião).
Estudos mostram que, em variantes populares, nas quais podem ocorrer casos sem concordância, estes são mais numerosos com sujeitos inanimados do que com sujeitos animados, o que também é um fator semântico.


Incoerência e complexidade

Há casos em que a explicação não é evidente, ou duas podem concorrer: em ‘um bando de pássaros voaram’, 'voaram' se deve a 'bando' (um coletivo) ou a 'pássaros', pela proximidade (como em ‘a maioria das pessoas foram’)?
Outro exemplo similar é do tipo 'que ameaço divino ou que segredo este clima, este mar nos apresenta...?’, cuja explicação é que as palavras são quase sinônimas (como em 'a dor e a mágoa o deixou triste'). Até que ponto se pode garantir que a explicação é esta e não, mais simplesmente, que a concordância se deu com a última palavra, a mais próxima? Um bom teste seria se esta estivesse no plural... (a dor e as mazelas...).
Uma lista de casos não é propriamente uma gramática. As regras parecem ad hoc, formuladas apenas para dar alguma dignidade às idiossincrasias dos escritores
Uma lista de casos não é propriamente uma gramática. As regras parecem ad hoc, formuladas apenas para dar alguma dignidade às idiossincrasias dos escritores. Mais provavelmente, elas testemunham que os fatores que regem o fenômeno são diversos, que as regras são variáveis, que questões de estilo, de ênfase, de processamento, afora questões semânticas, sintáticas e pragmáticas, condicionam as formas de estabelecer relações entre sujeito e verbo.
Ponho em dúvida a consciência explícita dos escritores, que teriam escolhido determinada forma para produzir efeitos (estéticos?) de certo tipo. A meu ver, trata-se de fenômenos que ocorrem em todas as classes sociais e em diversos contextos.
Penso que apenas casos do tipo ‘Nós vai’ é que são exclusivos de determinados grupos de falantes. Os outros, apresentados como se fossem manobras estilísticas especiais, são assim apresentados para tentar manter uma separação entre fala popular e culta, que nem sempre se sustenta. 

Sírio Possenti
Departamento de Linguística
Universidade Estadual de Campinas


Uma Abordagem de Sírio Possenti


Línguas e dialetos

Em sua última coluna de 2012, Sírio Possenti retoma algumas das temáticas abordadas ao longo do ano. O linguista rejeita a classificação da língua em certa/errada e insiste no reconhecimento de todo o seu conjunto de variedades.
Há diversas maneiras de falar (ou escrever) qualquer língua. Normalmente (até popularmente, porque os ‘saberes’ se disseminam), línguas são avaliadas segundo os critérios de certo e errado. Mas especialistas não se aferram a tal tratamento. As análises exigem novas categorias. Por exemplo, as de língua e dialeto (ou variedade).
Usualmente, faz-se equivaler língua a ‘língua certa’ (ou padrão ou norma culta) e considera-se que as variedades seriam ‘derivadas’ dessa língua. Assim, haveria uma língua e suas variedades, decorrentes dos erros, simplificações, corrupções. 
A norma culta passa a ser uma das variedades, com espaços  definidos de emprego. Assim, todos falamos português, seja dizendo “nós fomos”, “a gente foi”, “a gente fomos” ou “nós foi”
Mas de onde essa língua viria? Dos clássicos, acredita-se. Supõe-se, mais ou menos miticamente, que teria havido uma língua perfeita em algum momento do passado. A prova seriam certas construções gramaticais tidas por exemplares. No entanto, mesmo os clássicos escreveram variavelmente, empregaram formas que não servem como exemplos de norma culta (Camões escreveu “frecha” e “alevanta”; Machado, que a velha estava “meia cansada” etc.).
É mais adequado, por isso, em termos históricos, empíricos, considerar que uma língua é o conjunto das variedades, e não apenas uma delas (a considerada certa). Segundo esse ponto de vista, a norma culta (ou padrão etc.) passa a ser vista como uma das variedades, com espaços mais ou menos definidos de emprego. Assim, todos falamos português (em nosso caso) em todas as circunstâncias, seja dizendo “nós fomos”, “a gente foi”, “a gente fomos” ou “nós foi”.
A diferença entre essas construções não se estabelece em termos de ‘certo/errado’ ou ‘é português/não é português’ ou mesmo ‘isto se diz/isto não se diz’, mas em termos de ‘escreve-se em editoriais/textos acadêmicos’ (ou não), ‘diz-se em situações informais/formais’, ‘esta construção é arcaica e comum em regiões rurais do Brasil’ etc. Analisam-se fatoslinguísticos em correlação com contextos de uso.
Ou seja, uma língua é um conjunto de variedades (eventualmente chamadas de dialetos) e não uma variedade correta, acompanhada de desvios ou corruptelas.
Estudar assim uma língua é aceder a um estágio pelo menos baconiano. Os fatos linguísticos seriam considerados sem preconceito. A primeira decorrência dessa atitude é uma distinção crucial: uma coisa é uma construção agramatical, isto é, que não ocorre em nenhum dialeto da língua (como ‘eu vamos’, ‘o pedra é grossamente’), e outra é uma construção avaliada como imprópria por razões de ordem social (sejam de etiqueta, sejam de moralidade, sejam políticas), como palavrões, estrangeirismos ou construções como “cê vai/ocê fica”.
Para que seja conhecida, uma língua deve ser estudada não só em todas as suas variedades, regionais ou sociais e nas diversas épocas, mas também nos diversos estágios da vida dos falantes
Sugerir que uma língua seja estudada tal como é não tem nada a ver com propor que não haja ensino da norma culta na escola. Isso equivale a imaginar que estudar o Egito antigo implica propor a volta dos faraós...
Para que seja conhecida, uma língua deve ser estudada não só em todas as suas variedades, regionais ou sociais e nas diversas épocas (como era o português no século 15?), mas também nos diversos estágios da vida dos falantes (de que tipo são as primeiras manifestações linguísticas das crianças? Por que elas regularizam formas irregulares?) e em contextos que provocam questões sobre quais são as interferências de uma língua em outra em sociedades bilíngues.
As funções da norma culta e de outras normas em uma sociedade são definidas pelas forças que nela atuam. Como se vai escrever em um jornal é definido pelo jornal. Como se escrevem anúncios é da alçada dos publicitários e dos órgãos em que serão publicados. Como se escreve teatro e literatura é definido no interior desses campos (a crítica receberá bem ou mal determinadas opções). 


Regras variáveis

Estudar línguas como conjuntos de variedades significa aceitar que as regras são variáveis (e não categóricas). Os fatos mostram que há diversas pronúncias dos mesmos fonemas, diversas formas de flexionar palavras (como os verbos), diversas formas de construir determinadas estruturas sintáticas.
Trata-se de regras, porque tais variações não ocorrem livremente. Por exemplo, certas vogais têm pronúncias alternativas, mas só em determinadas posições – ‘e’ e ‘o’ nunca variam em posição tônica (você, boba), mas variam em posição átona (mininu/meninu/menino) –, ‘l’ nunca varia no início de sílabas, mas varia em outras posições (dentau/framengo), terceiras pessoas do plural têm pronúncias variáveis (vierãw/viero), e ora há concordância com o sujeito (eles vieram/viero), ora não (eles veio).
Aipim e mexirica
Mandioca, aipim ou macaxeira (esq.) e bergamota, mexerica ou tangerina (dir.) são exemplos clássicos de variações de vocabulário que os mapas linguísticos tentam registrar. (fotos: Flickr/ amacedo – CC BY-NC-ND 2.0; Flickr/ babi mouton – CC BY-NC 2.0)
As regras variáveis são formuladas explicitando-se o contexto. Por exemplo: ‘vieram’ ocorre mais frequentemente na escrita e na fala de pessoas escolarizadas; ‘viero’ é rara na escrita e mais comum na fala de pessoas pouco escolarizadas (ou da zona rural); ‘menino’ é mais comum em regiões do sul do país do que em outras, onde ocorre mais ‘mininu’ etc.
As regras aplicam-se ou não segundo contextos estruturais (posição na sílaba, por exemplo) ou contextos sociais (região, escolaridade, ruralidade, idade dos falantes etc.).
Mapas linguísticos tentam registrar tais fatos nas diferentes regiões. Registram pronúncias, formas verbais, construções sintáticas e também léxico típico (como os clássicos ‘mandioca/aipim/macaxeira’, ‘abóbora/jerimum’ e ‘bergamota/mexerica’).
É um fato comum que formas populares (inovadoras), eventualmente condenadas em determinada época, venham a ser consideradas cultas no futuro
O que se descobre é uma enorme gama de variedades da língua, embora em cada região ou grupo ela possa ser quase uniforme. A utilidade de tais estudos é múltipla. Servem, por exemplo, para confirmar ou infirmar hipóteses sobre a universalidade de certas características das línguas humanas, e também para compreender mais adequadamente determinados fenômenos históricos. Por exemplo, é um fato comum que formas populares (inovadoras), eventualmente condenadas em determinada época, venham a ser consideradas cultas no futuro (ou são cultas atualmente, embora tenham sido estigmatizadas no passado).
É possível fazer até mesmo previsões. Por exemplo, é cada vez mais rara a construção representada por “vendem-se flores”, o que permite prever que um dia desaparecerá, ou que seu eventual emprego pareça antigo. A não ser que as forças que a mantêm conscientemente hoje sejam mais fortes do que as que promovem inconscientemente a mudança.

Sírio Possenti
Departamento de Linguística
Universidade Estadual de Campinas


sábado, 23 de março de 2013

Ilha dinamarquesa é inspiração para a Hora do Planeta

Ilha dinamarquesa é inspiração para a Hora do Planeta 

Região gera toda a energia que consome a partir de fontes renováveis

Turbina eólica instalada no mar, semelhante ao modelo utilizado em Samso Foto: Getty Images Quando o restante do mundo desligar as luzes pela conscientização na Hora do Planeta, neste sábado, os 4 mil habitantes de Samso, uma pequena ilha da Dinamarca, podem até navegar pela internet e assistir à televisão. Em produção energética, pelo menos, a consciência deles está tranquila. A ilha gera toda a energia que consome a partir de fontes renováveis, como o sol e o vento. E até sobra para a exportação. Fora dali, 80% da energia mundial é "suja", gerada a partir de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, cuja queima contribui para o aquecimento global e o efeito estufa. A ideia não é nova. Samso venceu um concurso em 1997 para se tornar a ilha de energia renovável da Dinamarca. Em 10 anos, passou de importadora de energia suja para exportadora de energia limpa. A mudança ocorreu devido a cortes no consumo, aumento de eficiência na utilização dos recursos de biomassa, expansão dos sistemas individuais de aquecimento, implantação de painéis solares e a construção de turbinas eólicas em terra e em água. HORA DO PLANETA 2013 Neste sábado, todos estão convidados a apagarem as luzes por uma hora a partir das 20h30, no horário de cada região. O ato não é para economizar energia, mas para que se reflita sobre o meio ambiente e a influência da ação humana sobre o planeta. Para que o plano desse certo, a população inteira, diminuta, foi convidada a participar. Haveria um investimento de US$ 90 milhões do governo dinamarquês, a mesma contrapartida do governo local e ainda capital privado de quem decidisse embarcar no projeto. Aos poucos, os fazendeiros, inicialmente desconfiados, compraram a ideia. Hoje os cidadãos da ilha são sócios do parque eólico, formado por 21 turbinas, 11 em terra e 10 em alto mar. De cada 10 casas de Samso, sete usam vento ou sol para produzir sua energia. Em 2007, foi inaugurada até uma universidade, a Academia de Energia de Samso, para a pesquisa, o treinamento e a educação na área. Inspiração ​O exemplo de Samso inspira a Dinamarca. Até 2050, o país inteiro quer utilizar apenas energia de fontes renováveis. "É possível, mas ainda não dispomos de toda a tecnologia necessária. Sabemos que energia eólica, solar, biomassa e hidrogênio fazem parte da solução. Mas é necessária maior pesquisa e mais avanços nos próximos 37 anos", confessa Erik Kristofferson, diretor de imprensa da Energinet, que administra a rede de eletricidade do país. saiba mais De xixi no banho a telhado branco: veja como salvar o planeta Veja como foi a Hora do Planeta 2012 Da invenção da lâmpada à necessidade de se apagar a luz ​De acordo com Kristofferson, a energia eólica responderá por uma larga parcela da composição da matriz energética da Dinamarca no futuro. "Será seis vezes maior em 2050 do que hoje", prevê. Um dos entraves, no entanto, é o seu armazenamento. "O vento provê ótima eletricidade, mas não se sustenta sozinho. Nós precisamos ter condições de armazenar a energia eólica e a energia solar e criar um sistema energético flexível". Thomas Dalsgaard, vice-presidente executivo da maior empresa energética da Dinamarca, a Dong Energy, também mira a energia eólica. "O vento é abundante e limpo, e o vento marítimo sozinho poderia prover 80% da demanda de eletricidade da União Europeia até 2030", afirma. O objetivo de obter a totalidade de sua energia de fontes renováveis foi traçado pelo parlamento, mas seu custo total pelos próximos 37 anos não foi estimado. "Haverá um investimento massivo", diz Kristofferson. Porém a Energinet sabe que, embora os custos sejam elevados, podem ser compensados futuramente, afinal "a energia renovável é um bom negócio". Líder na construção de parques eólicos marítimos, a Dong Energy concorda. A empresa já instalou 1,7 Gigawatts de capacidade eólica marítima, o suficiente para fornecer energia para 1,6 milhão de residências. A meta da companhia é diminuir o uso de carvão, uma fonte fóssil. Desde 2006, o consumo foi reduzido em 60%. Além da energia eólica, a empresa pretende aumentar o uso da biomassa - responsável por 21% da geração de calor e eletricidade para a Dinamarca em 2012. Até 2020, esse número deve ser elevado para 50%. Energia suja? Combustíveis fósseis são formados por compostos de carbono e originam-se da decomposição de materiais orgânicos. O problema é que esse processo leva milhões de anos. Por isso, são considerados não renováveis, ao contrário, por exemplo, do vento e do sol. A economia global, contudo, ainda depende de gasolina, óleo diesel, gás natural e carvão, todos combustíveis fósseis. Sua queima gera energia, mas também produz alto índice de poluição atmosférica. São associados diretamente ao efeito estufa e ao aquecimento global. Exemplo ​O Brasil não pode copiar plenamente o exemplo da Dinamarca, pois é muito maior, se situa em outra região geográfica e dispõe tanto de recursos quanto de desafios próprios nessa área. Atualmente, o País depende de suas hidrelétricas, mas dá passos em direção a energias menos limpas, como usinas de gás natural e termelétricas. De 2001 a 2011, a participação de combustíveis fósseis em sua matriz energética passou de 6% para 15%. Entre 2010 e 2020, estão previstos investimentos de mais de R$ 1 bilhão na expansão energética. Desse valor, 63% se destinam à área de petróleo e gás, 22% à área de energia elétrica e 15% à área de bioenergia. O Brasil não teria condições de arcar com um projeto como o da Dinamarca. "Não teria dinheiro para pagar. Acabaria sobrando para o consumidor", afirma Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas, coordenador do Programa de Planejamento Energético do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ. Para ele, o País utiliza apenas 25% de seu potencial hidráulico e poderia investir mais nesse modelo, mais barato, se não fosse a legislação ambiental. Por outro lado, conforme Freitas, regiões mais isoladas, como Fernando de Noronha e partes da Amazônia, têm amplo potencial para projetos de energias renováveis. "Fernando de Noronha vive do diesel, que tem que ser transportado até lá. Noronha tem um potencial eólico impressionante, que poderia gerar energia para torna-la autossuficiente. No meio da Amazônia também". A energia solar é a aposta de Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. "Eólica, biomassa e centrais hidrelétricas nós até temos algumas coisas a serem corrigidas, mas já temos uma participação. Já a energia solar ainda não saiu do chão. E os preços estão caindo: daria para investir". E como tudo isso exige investimento, neste sábado, na Hora do Planeta, boa parte das luzes do mundo serão apagadas. Pelo menos por 60 minutos será possível fazer o caminho inverso, economizando minimamente, mas aumentando a reflexão sobre o meio ambiente e as fontes de energia da Terra. 
GHX Comunicação

Fonte: www.terra.com.br

sábado, 9 de março de 2013

Proyecto de Español Crear y Crecer

Em 2012 começamos um projeto para crianças do 4º ano, visando passar o conhecimento de uma nova língua e cultura, foi muito gratificante, mas não pude concluir por diversos motivos, entre eles o fato de não poder lecionar espanhol por não estar no currículo. O sr. Secretário de Educação chegou ao ponto de ligar para coordenadora do pólo da UAB NH para saber o que eu estava fazendo, pois na pesquisa sócio-antropológica com os pais dos alunos da escola, onde a pergunta era: O que mais gosta na escola? Os pais respondiam: " o ensino da língua espanhola, as crianças chegam falando e vemos que estão bem felizes...". Mas como esta não é a intenção de uma prefeitura onde mantém apenas um professor de espanhol em um município com 250 mil habitantes, o que poderíamos esperar? Abraço a todos. Se quiserem conhecer o projeto, cliquem abaixo. Cristiano Menezes. Clique aqui para conhecer todo o projeto.