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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Pelos alunos e pelos professores

Ok, admito que adoro o meu trabalho... Já trabalhei muito de graça e não meço esforços para ver as coisas funcionando na minha escola. Faço mais do que a minha parte e tenho orgulho em ver meu trabalho reconhecido. Acima de tudo, a minha vitória está na superação dos meus alunos e das situações enfrentadas na escola da qual faço parte.

Mas a qualidade do meu trabalho depende de um conjunto de fatores que estão além dos meus esforços individuais. Eu posso esgotar minhas possibilidades de atuação e ainda será pouco. O sistema de ensino público é um gigante que anda torto. As prioridades estão camufladas em políticas que fecham os olhos para os passos históricos da educação no Brasil. Os municipios dão continuidade a uma política nacional torpe que valoriza a farsa dos índices e fecha os olhos para a pobreza do ensino que estamos oferecendo para as futuras gerações.

Acompanhamos todos os dias os avanços políticos e econômicos do nosso país; comemoramos os barris de petróleo que virão e as cadeiras na ONU que teremos; aplaudimos a diminuição da miséria e o aumento da nossa classe média; nos emocionamos com o espaço na mídia internacional e as inovações que saem daqui...

Quando o crescimento brasileiro vai chegar na educação? Quando os profissionais deste setor tão importante para que tudo fosse conquistado vai ser reconhecido? Quando encontraremos os melhores profissionais nas escolas de educação básica, formando a população brasileira para o desenvolvimento integral de suas potencialidades?

Quanto falta para o discurso do "Professor por vocação" vai ser superado pelo "Professor profissional"? 

Eu estudei muito para ocupar o cargo que ocupo, tenho conhecimento e talento para oferecer o melhor aos meus alunos e faço um trabalho pedagógico de extrema qualidade.

Por isso sempre estarei na luta pelo direito do aluno por uma educação de qualidade e na luta por melhores condições de trabalho e salário digno aos professores de todo o país.

A seguir, faço das palavras de Juremir Machado a minha bandeira!



Salário de professor
Juremir Machado da Silva

Na boa, o que tem de safado e de charlatão neste mundo! Especialistas de araque, que enchem os bolsos dando pareceres sob encomenda, inventaram um argumento cretino para relativizar as demandas de professores por aumento de remuneração: salário não garante qualidade nem dobra o aprendizado dos alunos. É a sacanagem na milésima potência. Segundo o último Censo do IBGE, as carreiras de professor de ensino fundamental e médio continuam tendo as piores compensações salariais do Brasil em relação a todas as outras de profissionais com nível superior. Um professor de ensino fundamental ganha em média 59% do que recebe um outro trabalhador formado em universidade.
Salário é determinante. Pagar bem permite atrair os melhores. Ganhar bem possibilita atualizar-se, ir ao cinema, viajar, comprar livros, abrir horizontes, manter-se motivado, fazer cursos e tudo o que se sabe e vale para qualquer profissão. Vá dizer a um juiz que ganhar bem não dobra a qualidade das suas sentenças! Explique a um alto executivo que a qualidade da sua gestão não está diretamente relacionada aos seus ganhos. Convença um centroavante que fazer muitos ou poucos gols nada tem a ver com o que ele embolsa no final do mês. O Brasil mente em termos de educação. A hipocrisia corre solta. No fundo, a maioria acha que ser professor de ensino fundamental é barbada e, como exige muita gente, tem de pagar pouco mesmo. Se o cara quer ganhar mais, que vá estudar para ser juiz ou alto executivo de algum banco.
Minha função é abalar as crenças de alguns: salário é tudo. Só pode cobrar mérito quem paga decentemente. A questão dos salários dos professores no Brasil tem a ver com (baixo) poder de pressão, prioridades invertidas e péssima distribuição dos recursos públicos entre as diversas prestadoras de serviço. Em bom português, juízes, deputados, promotores e outros ganham muito, professores ganham pouco. É preciso mexer nessa pirâmide. Se o Brasil quiser dar um salto terá de colocar o professor em primeiro lugar. Isso passa por uma elevação substancial de salários. O ovo ou a galinha? Qualificar primeiro para aumentar os salários depois? Aumentar os salários é o caminho para a qualificação. Não se trata de uma relação mecânica, mas complementar. O resto é papo.
O "especialista" que pontifica sobre a relatividade dos salários na relação com o mérito deve realizar o mesmo trabalho, com a mesma convicção, pela metade do que ganha. É tudo lorota. Conversa para professor dormir em pé. Tem consultor pomposo que adora falar em fuga de cérebros. Obviamente para conter esses cérebros geniais é preciso oferecer-lhes salários atrativos. Algumas pistas, a partir dessa ideia, para entender professores: eles têm cérebro, muitos desses cérebros são brilhantes, como qualquer cérebro, o de professor quer ser estimulado e recompensado adequadamente pelo seu trabalho. Continuamos na política nacional da "enrolation": tentar convencer professor a dar tudo, ganhando pouco, por amor ao ofício. Não cola mais. Está na hora da virada. É grana no bolso.
Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

sábado, 19 de maio de 2012

Lilith ou Eva?



A história destas duas mulheres se entrelaçam na busca da compreensão da essência feminina, marcando a presença da mulher nas sociedades de todos os tempos. Retratadas de diferentes maneiras em textos sagrados e acadêmicos, ambas fazem parte do imaginário humano.
Tanto Lilith quanto Eva foram esposas de Adão. A primeira, criada também pelo barro, não aceitou nada menos do que uma posição de igualdade e fugiu em busca de sua liberdade. A segunda, criada para preencher o espaço que Lilith deixara, a partir da costela de Adão, aceitou o estigma de pecadora levando a mulher à posição de subserviência em relação ao homem.
Assim, Lilith representa o potencial feminino para a ação; a beleza sedutora que esbanja sexualidade; a liberdade de criar e pensar; a argumentação lógica e racional cheia de passionalidade; enfim, Lilith é a explosão. Já Eva, representa o potencial feminino para o cuidar; a compreensão das nuances da realidade; a interiorização das vontades do outro; a necessidade de confortar e afagar; a argumentação conciliadora; fazendo de Eva a introspecção.
Na história da humanidade, a mulher assumiu o mito de Eva, aceitando a culpa pelo pecado orginial que tirou toda a humanidade do paraíso, iniciando um ciclo de sofrimento e dor que vivemos até hoje. A mulher, portanto, foi colocada à margem do homem, em uma posição de coadjuvante. Mesmo com este passado socio-histórico, o feminino foi ganhando visibilidade nas sociedades contemporâneas, externalizando as características de Lilith.
Por muito tempo a dualidade feminina colocava estas duas mulheres em confronto. Por um lado a mulher-objeto: que seduz, confunde, amaldiçoa... por outro a mulher-mãe: que ampara, perdoa, protege... Duas forças em posições antagônicas que expressavam extremos desconcertantes. Era preciso escolher entre a santa ou a safada; a doce ou a vingativa; a frágil ou a machorra; a idiota ou a interesseira.
Já é tempo de colocarmos essas duas mulheres em um corpo só. Cada mulher tem o direito de escolher sua porção de Lilith e sua porção de Eva e quando vai colocar uma à frente da outra. As duas juntas formam a mulher ideal que povoa os sonhos utópicos de todos os homens, mas que poucos conseguiriam manter. Mas qual mulher consegue ser sexy, atenciosa, firme, compreensiva, lutadora e pacífica ao mesmo tempo?
A vida cotidiana tende a degradar as nossas belezas, minimizando o potencial de vida que possuimos. Cabe a cada um de nós encontrar ou construir as brechas que precisamos para vivenciar plenamente o que desenvolvemos de melhor e de pior. Só assim encontraremos a Lilith e a Eva que existem em cada uma de nós.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dupla Gre-Nal vs O resto do Brasil

É um assunto delicado, mas não aguento mais ficar quieto com tudo que vemos, lemos e escutamos todos os dias sobre os assuntos relacionados à dupla Gre-Nal. Infelizmente, parece que estamos mesmo em outro país, mal falam da gente e é impressionante como há favorecimento em todas esferas, desde dentro do campo até mesmo as medidas judiciais. As questões legais eu nunca consegui entender, num âmbito geral, as leis são antigas, todas com brechas e particularmente não há algo que realmente digamos: Esta é a lei! Não aguento mais o caso deste guri, o Oscar, a imprensa paulista coloca como o Internacional sendo culpado, mas pára aí, quantas vezes ouço sobre os quatro grandes de São Paulo tirarem de graça, aliciando meninos das bases de clubes menores. O São Paulo acha que está sempre acima de tudo, o Juvenal Antena, como diz o Malia, é um egocêntrico, é alguém repudiável, mas do que adianta, nada acontece. Me pergunto, ouvindo o sala de redação todos os dias: O que será que acontece? Como pode um clube, poder comprar um jogador, com uma decisão judicial e um ano e meio depois, não pode mais! Quem que autorizou a compra? Esta primeira juíza, deveria ter de ressarcir o clube e o Oscar voltar ao São Paulo, ou se faz um acordo onde o Inter paga um valor intermediário, pois se este garoto estivesse no São Paulo, não se tem garantias alguma de que teria se tornado tudo isso, pois não teria espaço no clube, é só olhar os jogadores que compõem o grupo paulista. Será que pagariam um salário alto? Tenho certeza que não. Este clube paulista não quer é perder na justiça, pois no campo perdeu para os dois clubes daqui em duas Libertadores diferentes e infelizmente tá se desenhando para mais uma vitória nos tribunais, assim como acontecera em 2005, no caso Zveiter. Apenas para lembrar que o Brasil foi o único país a ter aquele procedimento. Infelizmente, a dupla sempre sofre com arbitragens, com tribunais de medidas e pesos diferentes.